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Policial M4T4 esposa e filh@, e tira a própria vida, ela descobriu que ele era g… Ver mais

Uma madrugada de horror e silêncio marcou o Dia dos Pais no bairro Morro Nova Cintra, em Santos (SP), deixando uma ferida profunda na comunidade e um vazio difícil de ser compreendido. No dia em que famílias se reuniam para celebrar a paternidade, vizinhos e amigos acordaram com a notícia da morte de todos os integrantes de um lar, transformando uma data de afeto em um símbolo de luto coletivo. O impacto foi imediato: rostos consternados, abraços silenciosos e perguntas que ecoam sem respostas.

O chamado à Polícia Militar ocorreu por volta das primeiras horas de domingo, 10 de agosto. Ao chegarem ao endereço indicado, os agentes encontraram uma cena devastadora: Jade Caroline Simões Martins, de apenas um ano, já sem vida; Gabrielly Simões Silva, de 21 anos, morta ao lado da filha; e Pedro Henrique Martins dos Santos, de 24 anos, sargento do Exército Brasileiro, caído próximo a uma pistola. O silêncio do ambiente só era interrompido pelo som das viaturas e pelo murmúrio incrédulo dos vizinhos que se aglomeravam diante da residência.

De acordo com a Polícia Civil, as primeiras investigações apontam que Pedro teria atirado contra a esposa e a filha antes de tirar a própria vida. A arma utilizada, encontrada no chão, foi apreendida e encaminhada para análise pericial, que também incluirá exames necroscópicos para confirmar a dinâmica e a sequência dos disparos. As autoridades registraram o caso como feminicídio seguido de suicídio — um tipo de crime que, segundo especialistas, vem crescendo no país e exige atenção redobrada da sociedade.

O Comando Militar do Sudeste, por meio de nota oficial, manifestou pesar pela perda e informou que, por não se tratar de crime militar, a apuração está inteiramente sob a responsabilidade da Polícia Civil de São Paulo. O comunicado destacou que Pedro exercia a função de 3º sargento e possuía porte de arma devido à atividade profissional. Apesar disso, a corporação não entrou em detalhes sobre o histórico do militar nem sobre eventuais problemas pessoais ou emocionais que possam ter antecedido a tragédia.

Na vizinhança, o choque foi coletivo. Moradores descreveram Pedro como uma pessoa reservada, mas sempre cordial. Gabrielly, segundo relatos, era vista frequentemente passeando com a filha e demonstrando um vínculo afetivo forte com a comunidade. Para muitos, o acontecimento é incompreensível. “Eles pareciam bem. Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer tão perto de casa”, disse uma vizinha, ainda em prantos. A tragédia, ocorrida justamente no Dia dos Pais, gerou um simbolismo doloroso: a perda de um pai, uma mãe e uma filha de uma só vez, dentro do próprio lar.

Especialistas em saúde mental reforçam que casos como esse evidenciam a urgência de ampliar políticas de prevenção e conscientização. Segundo psicólogos consultados, sinais de sofrimento emocional — como mudanças bruscas de comportamento, isolamento social, irritabilidade e falas de desesperança — precisam ser levados a sério. Buscar ajuda profissional, seja por meio de atendimento psicológico, apoio familiar ou serviços de emergência, pode evitar que situações de tensão evoluam para atos irreversíveis. No Brasil, canais como o Centro de Valorização da Vida (CVV), disponível pelo número 188, oferecem escuta gratuita e sigilosa 24 horas por dia.

Enquanto as investigações seguem, a comunidade de Morro Nova Cintra tenta encontrar meios de lidar com a dor. O caso não apenas expôs a fragilidade dos laços humanos diante de crises pessoais, mas também trouxe à tona discussões sobre a posse de armas por militares e civis, o papel das forças de segurança no acompanhamento da saúde mental de seus integrantes e a necessidade de quebrar o tabu em torno das doenças psicológicas. Mais do que um registro policial, a tragédia é um chamado para que todos — autoridades e sociedade — olhem com mais atenção para sinais de que algo não vai bem, antes que seja tarde demais.