Pode comemorar: Chega a melhor notícia sobre Bolsonaro, ele vai ind… Ler mais

A cena política nacional voltou a ganhar destaque nesta semana após a confirmação, feita pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de que o ex-presidente Jair Bolsonaro manifestou preferência por Flávio Bolsonaro como possível sucessor na disputa presidencial do próximo ano. A informação, revelada à CNN, rapidamente repercutiu entre aliados e opositores, reacendendo debates internos dentro da direita e provocando reações até mesmo dentro da própria família Bolsonaro. A sinalização, embora ainda não oficializada, abre um novo capítulo na reorganização das forças conservadoras no país e desperta questionamentos sobre os rumos estratégicos do partido.
A recepção ao nome de Flávio Bolsonaro, no entanto, está longe de ser unânime. Setores da direita têm demonstrado resistência à ideia, destacando que uma candidatura presidencial exige ampla capacidade de diálogo e alinhamento nacional — algo que, segundo aliados, ainda precisa ser consolidado. A posição também encontrou reservas entre grupos próximos à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, vista por parte da militância como figura de forte apelo eleitoral. Integrantes próximos a Michelle rejeitaram a possibilidade apresentada por Bolsonaro, reforçando que o momento exige cautela e planejamento cuidadoso.
Esse novo movimento ocorre enquanto o ex-presidente segue detido desde 22 de novembro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Desde então, Bolsonaro tem recebido visitas restritas, autorizadas previamente pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Os encontros têm sido reservados à família mais próxima — os filhos Flávio, Carlos e Jair Renan — além da esposa Michelle e da filha mais jovem, Laura. Advogados e médicos também têm acesso mediante autorização judicial. Esses momentos, segundo fontes, têm sido usados para discutir orientações políticas e avaliar cenários para o futuro do grupo.
Foi em uma dessas visitas, segundo apuração da CNN, que Flávio Bolsonaro teria sido apontado por Jair Bolsonaro como o nome para representar o campo conservador na corrida presidencial. O gesto, embora simples, gerou impacto imediato nos bastidores políticos. Relatos indicam que a proposta não foi bem recebida entre parte da família e de antigos aliados, que defendem maior amplitude na escolha. Para alguns dirigentes, uma candidatura de Flávio poderia limitar alianças e reduzir a competitividade da direita em um cenário eleitoral que promete ser intenso.
O desconforto também atingiu parlamentares do próprio PL, que avaliam que o partido deve priorizar nomes com maior projeção nacional e rejeição mais baixa. A possibilidade de que Flávio assuma esse papel central teria causado apreensão entre lideranças que defendem alternativas internas ou até externas ao clã Bolsonaro. Esse cenário evidencia que a sucessão presidencial dentro da direita está longe de ser consenso e que a reorganização desse campo político dependerá de muita negociação.
A situação se torna ainda mais delicada ao ocorrer em meio a uma crise dentro do próprio núcleo familiar. A tensão ganhou força após o diretório do PL no Ceará anunciar apoio a uma eventual candidatura de Ciro Gomes, do PSDB, algo que contrariou a orientação tradicional do grupo e expôs divergências regionais. Para interlocutores, esse episódio acentuou as diferenças internas e reforçou a necessidade de um alinhamento mais sólido, especialmente diante de um cenário eleitoral que exigirá unidade e capacidade de articulação.
No horizonte, o desafio da direita será definir rapidamente um nome competitivo que seja capaz de representar o eleitorado conservador e, ao mesmo tempo, dialogar com setores mais amplos da sociedade. Enquanto isso, o país acompanha de perto cada movimento do clã Bolsonaro e das lideranças do PL, que buscam readequar suas estratégias para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provável candidato à reeleição. A disputa interna, as divergências regionais e a própria situação jurídica de Jair Bolsonaro adicionam complexidade a um tabuleiro político que já se mostra acelerado, mesmo antes do início oficial da campanha.





