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Morre o ator Francisco Cuoco, causa da sua morte deixa todos em choque, el… Ver mais

Uma manhã silenciosa em São Paulo foi rompida por uma notícia que gelou o coração dos brasileiros: Francisco Cuoco, o eterno galã da televisão, nos deixou. Aos 91 anos, o ator morreu nesta quinta-feira (19), após meses enfrentando complicações de saúde. O país amanhece com um vazio difícil de preencher — o adeus a um ícone de mais de seis décadas de arte.

A confirmação da morte veio pela própria família, em nota enviada ao jornal Folha de S. Paulo. Francisco Cuoco estava internado em São Paulo, após sucessivas crises de ansiedade e uma infecção renal que debilitou severamente seu organismo nos últimos meses. Apesar dos esforços médicos, o ator não resistiu.

Mas a história de Cuoco vai muito além da notícia fria de sua partida. Ela é feita de reviravoltas, brilho, resistência e uma paixão pela arte que nunca se apagou — nem mesmo nos momentos mais frágeis da saúde.


O galã que atravessou gerações

Francisco Cuoco não foi apenas um ator: ele foi um símbolo. Dono de um carisma hipnotizante e de uma voz que marcava presença mesmo no silêncio, Cuoco conquistou o Brasil com personagens intensos e memoráveis. Sua estreia na televisão aconteceu em meados da década de 1960, quando a TV ainda engatinhava na dramaturgia nacional. Mas bastaram poucos papéis para que ele se tornasse o rosto de uma nova era.

O público se apaixonou por ele em tramas como Redenção (1966), Selva de Pedra (1972) e O Astro (1977), novela que eternizou a frase “O culpado é sempre o mordomo” e o transformou no galã definitivo de sua geração. Anos depois, em Pecado Capital (1975), viveu o taxista Carlão, um anti-herói complexo que rompeu os padrões do mocinho tradicional e conquistou crítica e audiência.

Mesmo com o passar das décadas, Cuoco nunca saiu de cena. Esteve presente em Celebridade (2003), Alma Gêmea (2005) e teve sua última aparição em novelas em Segundo Sol (2018), aos 84 anos — um feito raro e admirável, que provou sua longevidade artística e a profunda conexão com o público.


Os bastidores do adeus

O que poucos sabiam é que os últimos meses de vida de Cuoco foram marcados por um silêncio crescente. Amigos próximos relatam que o ator vinha enfrentando uma batalha interna contra a ansiedade, além de uma infecção renal agressiva que exigiu internações constantes. Apesar do sofrimento, Cuoco mantinha um desejo firme: não queria ser lembrado como um doente, mas como o artista pleno que sempre foi.

“Ele dizia que não temia a morte, mas temia o esquecimento”, revelou um colega próximo, que preferiu não se identificar.

Segundo familiares, o ator estava lúcido até seus últimos dias e chegou a conversar com parentes na véspera de sua morte. Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento — a família optou por preservar o luto em privacidade por enquanto.


Um legado que não se apaga

Mais do que uma despedida, a morte de Francisco Cuoco marca o encerramento de um capítulo fundamental da televisão brasileira. Ele pertence a uma geração que ajudou a moldar o imaginário nacional, quando a novela era não apenas entretenimento, mas uma expressão poderosa da cultura do país.

Poucos artistas conseguiram se manter relevantes por tantas décadas sem perder a essência. Cuoco fez isso com maestria. Seus personagens atravessaram modas, estilos e revoluções, sempre atualizados, sempre tocando o público — da senhora que o assistia religiosamente às 20h ao jovem que o redescobriu no streaming anos depois.


A cortina se fecha, mas o brilho permanece

Em uma entrevista concedida anos atrás, Francisco Cuoco declarou: “A vida é um palco onde o espetáculo não pode parar. Mesmo quando as luzes se apagam, ainda ecoa o aplauso.”

Hoje, essas palavras ganham novo sentido. O palco perdeu seu astro, mas o espetáculo da sua vida permanece — gravado na memória coletiva de milhões de brasileiros.

Francisco Cuoco se vai, mas sua obra permanece viva, pulsante, inesquecível. Como todo grande artista, ele nos ensinou a sonhar — e continuará ensinando, mesmo em silêncio.