Política

Moraes venceu? EUA acaba de retirar Alexandre das…

Na sexta-feira, 12 de dezembro de 2025, uma decisão inesperada do governo dos Estados Unidos provocou forte repercussão no cenário político brasileiro: o nome do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi oficialmente retirado da lista de pessoas sancionadas com base na chamada Lei Magnitsky. A medida também alcançou sua esposa, Viviane Barci de Moraes, e o Instituto Lex, ligado à família. A atualização foi divulgada pelo Departamento do Tesouro americano, mas a comunicação oficial não detalhou os motivos que levaram à reversão dessa decisão.

A Lei Magnitsky é um instrumento jurídico adotado pelos Estados Unidos que permite a aplicação de sanções econômicas e restrições a cidadãos estrangeiros considerados envolvidos em violações de direitos humanos ou em práticas de corrupção. A inclusão de um ministro da mais alta corte brasileira nessa lista havia sido tratada como um ato de grande impacto político e diplomático. Agora, com a retirada dos nomes, surgem questionamentos sobre o que motivou a mudança e qual foi o processo que conduziu à revisão da medida.

A sanção contra Moraes havia sido anunciada em 30 de julho de 2025, em meio a um ambiente de grande tensão entre os governos brasileiro e americano. Na ocasião, as autoridades dos Estados Unidos justificaram a inclusão associando a atuação do ministro a decisões judiciais de ampla repercussão nacional. Meses depois, sua esposa e o Instituto Lex foram adicionados à lista, ampliando o alcance das restrições e intensificando o debate público acerca da postura do governo americano.

A retirada dos nomes agora consolida uma mudança significativa em relação ao posicionamento anterior. Os registros atualizados já constam nos sistemas oficiais do Tesouro Americano, indicando que Moraes, sua esposa e o Instituto Lex não integram mais o conjunto de pessoas e entidades submetidas às limitações previstas pela Lei Magnitsky. Ainda assim, a ausência de explicações específicas gerou curiosidade entre analistas e autoridades, que esperavam uma justificativa mais clara para a decisão.

No Brasil, a repercussão foi imediata. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que haviam defendido com ênfase a manutenção das sanções, manifestaram insatisfação nas redes sociais. O deputado Eduardo Bolsonaro publicou uma nota lamentando a retirada e reafirmando sua posição crítica em relação a decisões recentes envolvendo o ministro do STF. Ele assinou o comunicado ao lado de Paulo Figueiredo, que também se posicionou de maneira pública sobre o tema.

Em contrapartida, membros do governo brasileiro interpretaram o gesto como um sinal positivo no relacionamento entre os dois países. Integrantes do Executivo destacaram que a remoção dos nomes pode ser entendida como um passo diplomático relevante, contribuindo para um ambiente de maior cooperação em áreas sensíveis, como comércio, justiça e iniciativas bilaterais estratégicas. Segundo esses setores, o diálogo institucional teria desempenhado papel importante para reforçar a compreensão mútua sobre as estruturas e o funcionamento das instituições brasileiras.

Para analistas políticos, a decisão evidencia um momento de ajustamento nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Apesar de a retirada dos nomes não apagar debates anteriores, ela abre espaço para novas interpretações sobre o futuro da cooperação entre os países e os reflexos internos dessa medida. Enquanto apoiadores de Moraes comemoram o fim das restrições, críticos sustentam que o episódio ainda terá desdobramentos nos debates sobre autonomia judicial, equilíbrio entre poderes e influência internacional em temas sensíveis da política nacional. O cenário, portanto, permanece dinâmico e sujeito a novas movimentações diplomáticas, institucionais e políticas ao longo dos próximos meses.