Grave acidente deixa mais de 10 mortos, entre as vítimas estava os 2 filhinhos d… Saiba mais

Na madrugada desta terça-feira (8), a rodovia MG-223, no trecho entre Araguari e Tupaciguara, foi palco de uma das tragédias mais impactantes do ano na região. Um ônibus da viação Real Expresso, que transportava cerca de 50 passageiros, saiu da pista e tombou em um ponto já conhecido por seu alto risco: o “Trevo do Queixinho”.
O acidente ocorreu por volta das 3h40 e resultou em pelo menos dez mortes confirmadas, incluindo duas crianças, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros de Araguari. A cena foi descrita como devastadora pelas equipes de resgate, que atuaram intensamente durante toda a madrugada e manhã para socorrer os sobreviventes e localizar as vítimas presas sob o veículo.
Feridos e superlotação na UPA
Mais de dez pessoas ficaram feridas, muitas delas em estado grave. Ao menos 17 vítimas foram encaminhadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araguari, que entrou em estado de superlotação diante da demanda emergencial. Quatro feridos precisaram ser transferidos para hospitais de referência em cidades próximas, como Uberlândia.
A Secretaria Municipal de Saúde de Araguari confirmou que o atendimento está sendo feito de forma emergencial, com reforço de profissionais e apoio da rede estadual. O clima entre os familiares é de desespero e angústia, agravado pela falta de informações imediatas sobre as vítimas. Até o momento, os nomes dos mortos e feridos não foram divulgados oficialmente.
O trecho da discórdia
O local onde o acidente aconteceu, conhecido como “Trevo do Queixinho”, já vinha sendo alvo de reclamações frequentes por parte de motoristas que trafegam pela região. Considerado perigoso por suas curvas acentuadas e falta de sinalização adequada, o trecho levanta um debate urgente sobre a necessidade de melhorias estruturais nas rodovias estaduais.
Especialistas em segurança viária apontam que tragédias como essa poderiam ser evitadas com ações preventivas, como duplicação de pistas, iluminação adequada, e sinalização visível, além de manutenção constante.
Riscos nas estradas brasileiras
Segundo dados do Observatório Nacional de Segurança Viária, o Brasil registra anualmente mais de 30 mil mortes em acidentes rodoviários, um número alarmante que posiciona o país entre os líderes mundiais nesse tipo de fatalidade.
A maioria desses casos está relacionada a fatores evitáveis, como imprudência, excesso de velocidade, más condições das estradas e negligência com manutenção de veículos. A tragédia na MG-223 reforça esse panorama preocupante e levanta questionamentos sobre a responsabilidade do poder público na fiscalização e infraestrutura rodoviária.
Mobilização e solidariedade
Em meio à dor, o espírito de solidariedade tem se destacado. Diversas equipes do Samu e dos bombeiros de Araguari, Tupaciguara e Uberlândia se uniram no esforço de resgate e assistência às vítimas. Voluntários também têm se mobilizado para oferecer apoio às famílias e doar sangue para os hospitais da região.
As autoridades locais, por sua vez, prometeram instaurar uma investigação rigorosa para apurar as causas do acidente e identificar possíveis falhas técnicas ou humanas. O Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) deve ser acionado para apresentar um plano de ação para o trecho.
Dor, luto e urgência por mudança
Enquanto o resgate continua e familiares aguardam notícias, o país assiste a mais um capítulo doloroso de uma história que se repete com frequência. A dor das famílias se soma à indignação da população que cobra ações concretas e permanentes em prol da segurança viária.
A tragédia da MG-223 não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. Ela deve servir como um alerta — e, acima de tudo, um ponto de virada.
