Política

GRANDE DIA: Chega ótima notícia sobre Bolsonaro, ele m… Ver mais

Uma ligação inesperada, uma candidatura surpreendente e um jogo político que pode mudar os rumos das eleições de 2026: nos bastidores do bolsonarismo, uma nova jogada está em curso — e pode custar caro para aliados próximos.

No início de junho, o silêncio da manhã foi quebrado por um toque de celular que mudaria os rumos da política catarinense. Do outro lado da linha, ninguém menos que o ex-presidente Jair Bolsonaro. O destinatário da ligação: a deputada federal Julia Zanatta (PL-SC), uma das vozes mais fiéis do bolsonarismo no sul do país.

Sem rodeios, Bolsonaro foi direto ao ponto: Carlos Bolsonaro será candidato ao Senado por Santa Catarina em 2026. A decisão, que não havia sido previamente discutida com Zanatta, caiu como uma bomba no tabuleiro político catarinense — e especialmente nos planos da deputada, que vinha se articulando há meses para disputar exatamente essa vaga no Senado.

A notícia, inesperada e estratégica, foi acompanhada de um aviso sutil, mas firme: “Você deve seguir para a reeleição na Câmara”, orientou Bolsonaro. A reconfiguração de candidaturas, aparentemente coordenada pelo próprio ex-presidente, inclui ainda a deputada Caroline de Toni (PL-SC), que formaria chapa com Carlos no projeto de conquistar o Senado pelo estado.

Nos bastidores, a movimentação foi interpretada como um reposicionamento de forças dentro do PL. E mais do que isso: uma antecipação da estratégia nacional de Bolsonaro para 2026, que visa ampliar sua influência no Senado a partir de uma bancada familiar.

Uma jogada de mestre ou um racha iminente?

Fontes próximas a Zanatta revelaram à nossa reportagem que a deputada não escondeu sua frustração. Surpresa com a decisão, ela passou a sondar outras alternativas partidárias, abrindo conversas com líderes do PP e do União Brasil. Embora nenhuma decisão tenha sido tomada até o momento, o movimento indica que o desconforto é real — e que a fidelidade ao bolsonarismo pode estar sendo posta à prova.

A dúvida que paira no ar é: até onde irá Julia Zanatta diante dessa reviravolta? Permanecerá no PL e recuará silenciosamente? Ou tomará um caminho próprio, rompendo com a estratégia familiar de Bolsonaro?

Procurados pela reportagem, tanto Zanatta quanto Jair Bolsonaro mantiveram o silêncio. A ausência de respostas apenas alimenta o clima de incerteza e especulação que ronda os bastidores da política em Brasília e em Santa Catarina.

Carlos no Senado: o que está por trás da mudança?

A movimentação em torno de Carlos Bolsonaro é, por si só, um capítulo à parte. Até então, o vereador do Rio de Janeiro era cotado para disputar uma vaga como deputado federal em seu estado natal. Mas os planos mudaram — e o novo alvo é o Senado catarinense.

A mudança de planos parece ter sido calculada com precisão. No Rio de Janeiro, não há vaga para Carlos em 2026, já que o atual senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu irmão, disputará a reeleição. Em São Paulo, o espaço está reservado para Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também filho do ex-presidente. Restava, portanto, uma alternativa: Santa Catarina — um reduto conservador, com forte presença bolsonarista e alta chance de vitória.

A escolha de Carlos para a disputa ao Senado também revela outra intenção: a tentativa de blindar o clã Bolsonaro em um eventual retorno ao centro do poder em 2026, apostando em um Senado forte, fiel e alinhado aos interesses da família.

Um jogo político em andamento

A movimentação de Jair Bolsonaro é mais do que apenas uma escolha familiar — é uma estratégia nacional. O ex-presidente sabe que o futuro do bolsonarismo passa não apenas pelas urnas presidenciais, mas pelo controle do Congresso. Com aliados de confiança no Senado, como seus próprios filhos, ele pode redesenhar sua influência institucional a partir de 2027.

Mas como toda jogada arriscada, essa também tem seu preço. Julia Zanatta, até então considerada peça-chave no bolsonarismo catarinense, agora se vê deslocada. Sua próxima decisão pode representar não só uma cisão dentro do PL, mas também o primeiro sinal de que o projeto político de Bolsonaro, centrado na família, pode começar a desgastar relações dentro da própria base.

O que esperar?

Enquanto nos bastidores a tensão aumenta, o silêncio dos envolvidos apenas aumenta o suspense. A grande pergunta permanece sem resposta: Zanatta aceitará o papel que lhe foi designado ou desafiará o comando do ex-presidente?

Nos corredores de Brasília, uma frase começa a ganhar força: o bolsonarismo está entrando em uma nova fase — mais centralizado, mais calculado e, talvez, mais dividido.

Santa Catarina será, ao que tudo indica, o novo campo de batalha.