Flávio solta a bomba e deixa o Brasil feliz ao dizer que Bolsonaro vai ser… Ler mais

Rio de Janeiro — Um discurso acalorado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sacudiu o cenário político nesta sexta-feira, quando o deputado e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou estar determinado “a dar uma resposta” a quem “persegue” seu pai, e garantiu que o ex-chefe do Executivo “voltará à Presidência”. A declaração marca nova escalada na retórica em favor de Bolsonaro e reacende tensões entre o núcleo bolsonarista e as instâncias de investigação e Poder Judiciário.
Flávio usou a tribuna para atacar o que considera um processo persecutório contra seu pai. “Eles querem calar quem representa mudança”, disse, referindo-se a instituições e adversários políticos. Ele afirmou que o País vive um momento crucial: “Não podemos permitir que a perseguição triunfe. Vamos dar resposta, sim”. Em seguida, reforçou que o partido está firme na missão de reconduzir Jair Bolsonaro à Presidência da República. O tom miliciano do discurso reforça a impressão de que a família Bolsonaro não está apenas reagindo, mas contra-atacando.
O senador usou como mote o argumento de que seu pai é vítima de um sistema que busca revogá-lo politicamente, jogo que ele promete mudar. Segundo Flávio, “a vontade popular foi ignorada” e agora é hora de “resgatar o mandato que foi conquistado nas urnas”. Apesar de não citar datas, o líder bolsonarista lançou a ideia de uma campanha de retorno que se inicia já, com mobilizações e alianças estratégicas. A convocação ocorreu num momento em que a base eleitoral de Bolsonaro ainda se mantém mobilizada, mesmo após a saída do Planalto.
A fala também teve como pano de fundo recentes desdobramentos judiciais envolvendo o clã. Embora o ex-presidente não esteja mais no cargo, a sucessão política e o cy-clo de apurações têm mantido a família na ribalta. Flávio aproveitou para vincular a situação ao que chamou de “caça às bruxas” contra conservadores e estados que defendem pautas alinhadas ao ex-governo. Esse discurso, ao mesmo tempo combativo e estratégico, busca reunir apoiadores em torno de uma narrativa de resistência e revanche.
Para analistas, o momento pode representar mais do que retórica — pode indicar o plano concretizado de Bolsonaro de permanecer politicamente relevante até 2026. A insistência na volta à Presidência, somada ao “pedido de resposta”, indica que a estratégia é combinar ofensiva política com foco eleitoral futuro. A polarização toma corpo, e os adversários interpretam a ação como tentativa de renovação da base bolsonarista, explorando os descontentamentos e o ressentimento com os processos judiciais que afetam aliados.
A movimentação ocorre em meio a um cenário político conturbado: instabilidade econômica, crises sociais e desconfiança institucional. Nessa paisagem, o discurso de Flávio Bolsonaro soa como sinal de que o bolsonarismo não está disposto a recuar. As palavras “dar resposta” sugerem ação organizada — seja por meio de mobilizações, campanhas ou pressões políticas — que podem alterar o rumo da disputa presidencial que se avizinha. O ativismo explícito carrega o risco de intensificar o confronto institucional.
Por fim, a declaração deixa um claro recado aos adversários: não basta questionar o ex-presidente; será preciso lidar com sua retomada. Para o eleitorado bolsonarista, a mensagem é motivadora: “mudança à vista”, “justiça será feita”, “nosso tempo ainda vem”. Para o conjunto da sociedade, é alerta de que as maquinações do poder político não estão suspensas — estão apenas sendo redesenhadas. E, à medida que a campanha de retorno avança, o Brasil acompanha, com apreensão, se será um reencontro pacífico com a democracia ou mais um capítulo de polarização intensa.





