Direita comemorando: Grande vitória para Bolsonaro, ele vai ser s… Ler mais

O plenário do Senado Federal viveu um de seus dias mais movimentados do ano nesta quarta-feira (17), ao aprovar uma proposta que já provoca intensos debates nos meios políticos, jurídicos e nas redes sociais. Trata-se do chamado PL da Dosimetria, projeto que altera critérios para a definição de penas em crimes relacionados aos atos antidemocráticos ocorridos nos últimos anos. A decisão chama atenção não apenas pelo conteúdo, mas também pelo impacto direto sobre figuras centrais da política nacional, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de outros já condenados pelos mesmos episódios.
A votação foi expressiva e revelou um Senado dividido, porém com maioria clara. Ao todo, 48 senadores votaram a favor da proposta, enquanto 25 se posicionaram contra e houve uma abstenção. O resultado mostra que o tema, embora sensível, conquistou apoio suficiente para avançar. Defensores do texto afirmam que a medida corrige excessos e garante maior equilíbrio na aplicação das penas, respeitando princípios do direito penal. Já os críticos alertam para o risco de enfraquecer o caráter educativo das condenações e de transmitir uma mensagem equivocada à sociedade.
O projeto aprovado trata especificamente da dosimetria penal, ou seja, da forma como os juízes calculam o tempo de pena a ser aplicado em determinados crimes. Na prática, a nova regra pode reduzir punições consideradas elevadas por parte do Congresso, especialmente nos casos ligados aos atos que questionaram o resultado das eleições e as instituições democráticas. É nesse ponto que o nome de Jair Bolsonaro surge com destaque, já que o ex-presidente figura entre os beneficiados pela eventual redução das penas previstas.
Antes de chegar ao plenário, o texto passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde recebeu parecer favorável ainda pela manhã. A aprovação na CCJ foi considerada estratégica, pois indicou que a proposta atende aos critérios constitucionais e legais exigidos. Parlamentares que apoiaram o projeto reforçaram o argumento de que a iniciativa não anula condenações nem isenta responsabilidades, mas ajusta parâmetros para garantir proporcionalidade e segurança jurídica.
O PL da Dosimetria já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 10 de dezembro, o que acelerou sua tramitação no Senado. Com a confirmação pelos senadores, o projeto agora segue para a sanção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A expectativa é grande em torno da decisão presidencial, que poderá sancionar o texto integralmente, vetar trechos específicos ou rejeitá-lo por completo, reacendendo o debate no Congresso Nacional.
A repercussão política foi imediata. Partidos se dividiram internamente, e lideranças usaram as redes sociais para explicar seus votos e dialogar com eleitores. Para alguns senadores, a aprovação representa um gesto de pacificação institucional e de correção técnica na legislação penal. Para outros, o momento escolhido e os possíveis beneficiados levantam questionamentos sobre prioridades do Parlamento diante dos desafios econômicos e sociais enfrentados pelo país.
Independentemente das posições, o fato é que a aprovação do PL da Dosimetria marca mais um capítulo relevante na relação entre política, Justiça e democracia no Brasil. O desfecho agora depende do Palácio do Planalto, mas o debate já está lançado e deve continuar nos próximos dias, tanto no Congresso quanto fora dele. Em um cenário de forte polarização, decisões como essa mostram como o Legislativo segue no centro das grandes discussões nacionais, com impactos que vão além dos corredores de Brasília e alcançam diretamente a vida pública brasileira.





