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Danilo Gentili esculhamba Bolsonaro e deixa todos em choque ao dizer q… Ver mais

Uma declaração inesperada, um pedido de desculpas no coração do Supremo Tribunal Federal e uma reação explosiva nas redes. O que está por trás da fúria de Danilo Gentili contra Jair Bolsonaro?

Brasília, 10 de junho — Um clima de expectativa tomava conta dos corredores do Supremo Tribunal Federal na manhã de terça-feira. O motivo? O aguardado depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro em um dos inquéritos mais sensíveis da história recente do Brasil: a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Ninguém imaginava, no entanto, que a audiência terminaria com um pedido de desculpas. E muito menos que, a quilômetros dali, um dos nomes mais conhecidos do entretenimento brasileiro transformaria a internet em um campo de batalha. Enquanto Bolsonaro adotava um tom conciliador diante do ministro Alexandre de Moraes, o humorista Danilo Gentili explodia em uma sequência de postagens que deixariam até seus seguidores mais ácidos surpresos.

A confissão inesperada

Diante de ministros do STF e sob o olhar atento do país, Bolsonaro negou qualquer plano de golpe. Disse que exagerou na retórica, que “talvez tenha passado do ponto” em algumas declarações, e classificou os pedidos por AI-5 como “coisa de maluco”. Mas o momento que realmente chocou foi outro: ele se dirigiu diretamente a Moraes e pediu desculpas.

O silêncio pairou por alguns segundos. A frase, simples e direta, ecoou como um rompimento simbólico com a narrativa de confronto que sustentou boa parte de seu governo.

Gentili detona: “Covarde canalha”

A resposta nas redes sociais não demorou. Em seu perfil no X (antigo Twitter), Danilo Gentili, conhecido por seu humor corrosivo e opiniões políticas contundentes, não apenas reagiu — ele explodiu.

“Parabéns, patriotas. O seu capitão é um covarde”, escreveu, ao compartilhar o vídeo em que Bolsonaro tenta se distanciar de discursos golpistas. Minutos depois, voltou à carga com ainda mais dureza: “O Jair Bolsonaro é um covarde canalha”.

Mas a ira de Gentili não parou por aí. Na manhã seguinte, ele publicou um novo ataque, desta vez mirando a família do ex-presidente. “Não é à toa que o Jair Bolsonaro criou um filho chorão covarde que se esconde atrás de fakes, outro que é um rachador corrupto e outro vagabundo que foge pra Disney pra viver de mesada de papai.”

O apresentador, que já fez críticas duras tanto à esquerda quanto à direita, parece ter guardado um arsenal especialmente voltado para o ex-mandatário. “Um verme covarde desses não poderia criar filhos com qualquer envergadura moral mesmo”, concluiu, sem meias palavras.

Entre o medo e a estratégia?

A mudança de tom de Bolsonaro levanta dúvidas. Teria ele, de fato, recuado por arrependimento? Ou o gesto seria parte de uma estratégia jurídica para se livrar de futuras condenações?

Analistas políticos acreditam que o pedido de desculpas não foi casual. Diante da possibilidade real de responsabilização penal, especialmente com a delação do tenente-coronel Mauro Cid e a pressão crescente do Judiciário, Bolsonaro teria optado por um caminho mais brando.

“Essa fala pode ser interpretada como um movimento tático. Ao negar envolvimento direto e assumir apenas excessos verbais, ele tenta preservar sua base mais radical enquanto evita punições mais severas”, afirmou um jurista ouvido pela reportagem.

O preço do silêncio

O episódio também evidencia uma fissura crescente na base que um dia idolatrava o ex-presidente como um líder inflexível. Para apoiadores mais fervorosos, como Gentili, a imagem do “mito” parece desmoronar.

A revolta do humorista, ainda que exagerada para alguns, reflete o sentimento de parte do eleitorado que esperava de Bolsonaro uma postura mais combativa. O pedido de desculpas soou, para muitos, como uma traição silenciosa — um recuo que poucos estavam dispostos a aceitar.

Um Brasil dividido — outra vez

Mais uma vez, o país se vê diante de um roteiro de tensão política que mistura vaidade, estratégias de sobrevivência e polarização. O depoimento de Bolsonaro e as reações que ele provocou deixam claro que, mesmo fora do cargo, o ex-presidente ainda é um catalisador de paixões extremas.

Seja nos corredores solenes do STF ou nos posts inflamados de redes sociais, a guerra narrativa continua. E neste novo capítulo, os papéis parecem cada vez mais embaralhados.