Política

Brasil ora por Jair Bolsonaro, após passar mal ele n… Ver mais

O que começou como mais uma viagem política rotineira, rapidamente se transformou em um alerta nacional. Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República e uma das figuras mais influentes do país, teve dois episódios consecutivos de mal-estar durante compromissos em Goiás, nos dias 19 e 20 de junho. A cena, presenciada por apoiadores e autoridades, levantou uma questão que paira no ar com mais força do que nunca: qual é o real estado de saúde de Bolsonaro?

Na quinta-feira à noite, Bolsonaro foi homenageado na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia. Recebia o título de cidadão honorário em um evento que prometia ser festivo. Mas, diante de um auditório cheio, o inesperado aconteceu. Ao iniciar seu discurso, ele começou a soluçar de maneira insistente. O público, inicialmente confuso, passou a acompanhar com preocupação o semblante abatido do ex-presidente.

Sem conseguir prosseguir com clareza, ele interrompeu sua fala e fez um desabafo que soou como um pedido de compreensão — e talvez de ajuda:
“Desculpa, estou muito mal. Vomito 10 vezes por dia.”

A confissão, direta e alarmante, silenciou o ambiente. O que era para ser uma noite de celebração se transformou em uma demonstração pública de fragilidade.

E o que parecia um episódio isolado rapidamente ganhou novos contornos. Na manhã seguinte, durante uma visita a um frigorífico em Goiânia, Bolsonaro mal conseguiu permanecer no local. Após apenas 20 minutos, visivelmente indisposto e sem condições de discursar, deixou o evento às pressas. Um almoço programado para acontecer em Anápolis foi cancelado, e ele retornou diretamente para Brasília.

Fontes próximas ao ex-presidente confirmam que ele está sob orientação médica e que o foco, agora, é repouso absoluto.

Uma sombra que persiste desde 2018

Os episódios mais recentes de mal-estar acontecem cerca de dois meses após Bolsonaro passar por mais uma cirurgia — a sétima desde o atentado a faca que sofreu durante a campanha presidencial de 2018. Na ocasião, o então candidato foi esfaqueado durante um ato público em Juiz de Fora (MG), evento que mudou drasticamente não só sua campanha, mas toda a trajetória política brasileira daquele ano em diante.

A facada deixou sequelas duradouras. Desde então, Bolsonaro já foi submetido a procedimentos para tratar obstruções intestinais, hérnias e para reconstrução abdominal. A cirurgia mais recente, realizada em abril, teve como objetivo corrigir complicações internas que persistiam.

Se por um lado ele sempre buscou demonstrar força e resistência — características que o consagraram entre sua base — os sinais de que o corpo cobra seu preço ficaram cada vez mais evidentes nesta última agenda em Goiás.

Uma agenda intensa… até demais?

Antes dos episódios de indisposição, Bolsonaro cumpriu uma programação cheia: encontrou-se com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), participou de uma feira do agronegócio, falou em uma igreja evangélica e compareceu a compromissos partidários. Para qualquer político em plena forma, seria uma maratona. Para alguém que se recupera de sucessivas cirurgias, pode ter sido o limite.

Fontes ligadas à organização da agenda afirmam que não havia sinais prévios de que Bolsonaro não estivesse em condições de participar das atividades. No entanto, os eventos em sequência exigiram mais do que ele parecia ser capaz de oferecer naquele momento.

Apoiadores mobilizados e especulações no ar

Desde a divulgação dos episódios, apoiadores do ex-presidente têm se mobilizado nas redes sociais, organizando correntes de orações, mensagens de carinho e demonstrações de apoio. “Estamos com você, capitão”, “Força, mito”, e “Deus no comando” são algumas das frases que tomaram conta de suas páginas oficiais.

Entretanto, os recentes episódios também abriram espaço para especulações. Há quem questione se Bolsonaro estaria apto a retomar a vida pública com intensidade. Outros já enxergam uma possível pausa definitiva nas atividades políticas. A equipe médica do ex-presidente ainda não divulgou boletins oficiais atualizados, mas aliados próximos afirmam que ele permanecerá em Brasília nos próximos dias, em repouso e sob observação.

O futuro incerto

O silêncio em torno dos detalhes clínicos apenas amplia o suspense sobre os próximos passos de Jair Bolsonaro. Em um cenário político cada vez mais polarizado e imprevisível, o estado de saúde do ex-presidente pode ter impactos significativos tanto para seu partido quanto para o tabuleiro eleitoral de 2026.

Por ora, o que se sabe é que aquele homem que já desafiou facadas, cirurgias e batalhas políticas está diante de mais uma prova: a de enfrentar os limites do próprio corpo. E enquanto o país aguarda por respostas, uma coisa é certa — os olhos continuam voltados para ele. Não apenas por sua trajetória política, mas agora também por um drama humano que revela o outro lado do poder: a vulnerabilidade.