Política

BOMBA: Olha só o que Lula disse sobre Bolsonaro, falou q… Ver mais

No cenário tranquilo de um estúdio de gravação, uma fala rompeu o silêncio com a força de uma explosão. Durante entrevista ao podcast Mano a Mano, comandado pelo rapper Mano Brown, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma declaração que reverberou como um trovão na cena política brasileira. Ao descrever o estado do país que encontrou ao reassumir o Planalto, Lula comparou o Brasil ao território devastado da Faixa de Gaza.

“Quando chegamos aqui, pegamos um país semidestruído. De vez em quando olho para a destruição na Faixa de Gaza e fico imaginando o Brasil que encontramos. Aqui a gente não tinha mais Ministério do Trabalho, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos, da Cultura”, disparou o presidente, com semblante grave.

A fala, carregada de simbolismo e dramaticidade, é mais do que um desabafo — é uma tentativa clara de construir uma narrativa sobre a gravidade da herança que afirma ter recebido. E é também uma crítica afiada, quase uma acusação histórica contra seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). Segundo Lula, a destruição das estruturas sociais e institucionais do Brasil foi intencional, premeditada.

“Tinha sido uma destruição proposital. O presidente [Bolsonaro] não gostava de nenhum ministério que pudesse ser uma alavanca de organização da sociedade. Para que cultura, se cultura politiza a sociedade?”, questionou, olhando diretamente para o entrevistador, como quem compartilha um segredo há muito guardado.

Uma reconstrução em curso

Lula afirma que sua missão, ao reassumir o poder em 2023, foi semelhante à de um país em escombros: reconstruir do zero o tecido institucional brasileiro, restaurar ministérios desaparecidos e resgatar políticas públicas abandonadas.

“O Brasil precisa reconstruir sua democracia”, declarou o presidente durante a conversa, reforçando que o processo vai além da política — é um projeto de nação, uma tarefa quase humanitária.

Essa comparação com Gaza, no entanto, não foi isolada. Lula tem sido uma das vozes internacionais mais enfáticas contra os ataques de Israel ao território palestino, classificando a situação como “genocídio”. No início de junho, ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, Lula fez um apelo contundente por mudanças no Conselho de Segurança da ONU.

“Não pode ser a mesma ONU de 1945. Não pode um grupo de países decidir sozinhos o destino do mundo enquanto o genocídio se desenrola diante dos nossos olhos”, disse, em referência ao impasse global diante das guerras atuais.

Silêncios, ruínas e resistência

Na entrevista, Lula traça um paralelo direto entre os conflitos internacionais e a disputa política interna brasileira. Ao mencionar a destruição de ministérios, o petista não se refere apenas a prédios ou cargos — mas ao apagamento simbólico de políticas de inclusão, de cultura e de direitos sociais.

A ausência do Ministério da Igualdade Racial, por exemplo, é apresentada como uma tentativa deliberada de silenciar vozes historicamente marginalizadas. “Não foi descuido. Foi escolha”, enfatiza o presidente, sugerindo que havia, segundo ele, um projeto de desmonte social em curso.

O G7 e o palco global

A narrativa construída por Lula também tem um público além das fronteiras brasileiras. Em sua participação recente na Cúpula do G7, no Canadá, o presidente reforçou sua posição como liderança do Sul Global e voltou a criticar os conflitos armados. Em tom direto, disse que “nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”, referindo-se novamente à situação em Gaza.

Com isso, Lula insere o Brasil no debate internacional sobre paz, reconstrução e justiça social — ao mesmo tempo em que redesenha a imagem do país como uma nação que saiu dos escombros e está tentando, passo a passo, recuperar sua voz.

Uma fala que ecoa

A declaração comparando o Brasil a Gaza não passou despercebida. Para uns, é hipérbole política. Para outros, é uma descrição visceral do que consideram ter sido o apagamento institucional promovido durante o governo Bolsonaro. Independentemente da posição, uma coisa é certa: Lula sabe como usar palavras para criar imagens fortes — e deixar o país inteiro em estado de alerta.

Em tempos de polarização, reconstrução e incertezas globais, o Brasil vive não apenas um novo governo, mas uma disputa por narrativas. E, ao comparar os escombros da Faixa de Gaza ao Brasil de 2023, Lula deixou claro: o que está em jogo não é apenas política — é a memória, o futuro e o próprio conceito de país.