BOMBA: Michelle vem a público e decide fala verdade sobre Bolsonaro, ela t… Ver mais

Em meio ao turbilhão político que voltou a sacudir o cenário nacional, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro quebrou o silêncio nesta sexta-feira (18/7), após a Polícia Federal cumprir uma nova operação de busca e apreensão na casa onde ela vive com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em uma publicação nas redes sociais, Michelle não entrou em detalhes sobre a investigação, mas escolheu responder com fé: um versículo bíblico.
“Senhor, te amarei e te louvarei por todos os dias da minha vida. Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor!”, escreveu a presidente do PL Mulher em seus stories no Instagram, repetindo um padrão já conhecido de seus seguidores — o uso recorrente de mensagens religiosas e expressões como “mulher de bem” para definir sua postura pública.
O post não menciona diretamente a operação, mas, para quem acompanha a trajetória do casal Bolsonaro e o peso simbólico da religião na sua base eleitoral, a mensagem foi vista como um recado claro: a tentativa de reforçar a imagem de resiliência e espiritualidade diante das adversidades, estratégia que Michelle tem adotado com consistência desde que passou a ser figura-chave nas articulações do PL para as eleições de 2026.
Uma família sob ataque
Enquanto Michelle mantinha o tom sereno e espiritualizado, os filhos de Bolsonaro partiram para a linha de frente do embate político nas redes sociais. Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, fez uma das declarações mais contundentes e emocionadas do dia.
“Como filho, não é fácil ver o homem que mais admiro sendo tratado dessa forma”, escreveu. Em tom de indignação, o filho do ex-presidente denunciou o que chamou de “perseguição” e acrescentou: “É impossível não se revoltar quando milhares de brasileiros são censurados, presos, condenados com penas desproporcionais, exilados e em alguns casos até mortos, simplesmente por apoiar meu pai e discordar desse sistema podre”.
Carlos, que tem sido figura central nas investigações que envolvem supostas milícias digitais e desinformação, não poupou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) nem ao ministro Alexandre de Moraes, relator de diversos inquéritos que investigam o entorno bolsonarista.
“Medidas covardes”, diz Flávio Bolsonaro
Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também visivelmente afetado pela operação, direcionou críticas mais diretas ao ministro Moraes. Segundo ele, a proibição imposta a Jair Bolsonaro de manter contato com seus próprios filhos — como uma das medidas cautelares — é uma afronta sem precedentes à convivência familiar.
“Proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Alexandre de Moraes para tomar medidas totalmente desnecessárias e covardes”, escreveu o senador.
A fala de Flávio levanta uma das questões mais polêmicas em torno do avanço das investigações: até que ponto o Judiciário pode interferir em relações pessoais quando os envolvidos são suspeitos de conluio? Para os aliados de Bolsonaro, trata-se de um abuso de autoridade. Para os defensores da medida, há um esforço claro de impedir a obstrução da Justiça.
Clima eleitoral em ebulição
A operação desta sexta-feira reacende a tensão entre o Judiciário e o núcleo bolsonarista, num momento em que o tabuleiro eleitoral de 2026 começa a ganhar forma. Com Jair Bolsonaro inelegível após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o nome de Michelle vem sendo ventilado com força dentro do PL para uma eventual candidatura à Presidência — ou ao menos como vice de um nome forte da direita.
Enquanto o ex-presidente enfrenta uma série de investigações que vão desde tentativa de golpe de Estado até uso indevido de recursos públicos, Michelle mantém uma postura de vítima de perseguição e porta-voz da fé cristã. A estratégia parece mirar diretamente o eleitorado evangélico e conservador, base que permanece fiel a Bolsonaro mesmo diante das denúncias.
Um novo capítulo de uma crise contínua
Com a nova operação da PF, o cerco em torno do ex-presidente se estreita, e o clima dentro do PL é de cautela. A legenda já sinalizou que irá intensificar a blindagem a Michelle e seus filhos, fortalecendo a imagem de uma família injustiçada perante uma parcela do eleitorado que vê nas ações do STF uma ameaça à liberdade de expressão e à democracia.
No entanto, para os críticos, o discurso de “perseguição” serve como escudo para evitar o enfrentamento das acusações em seu mérito. O país, mais uma vez, parece dividido entre quem enxerga uma caça às bruxas e quem defende o avanço do Estado de Direito.
Enquanto isso, a ex-primeira-dama continua postando versículos. E, ao que tudo indica, será da fé — e das redes sociais — que virá sua maior força nos dias que estão por vir.
