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Após ser vista sorrindo em enterro de Preta Gil, Janja é duramente castigada, ela foi… Ver mais

A despedida de Preta Gil, realizada nesta sexta-feira (25) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, foi marcada por emoção, homenagens e um episódio que rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais: a vaia recebida pela primeira-dama Janja Lula da Silva ao deixar a cerimônia. O episódio, ocorrido em um dos momentos mais delicados do evento, expôs a polarização que atravessa até mesmo ocasiões de luto coletivo.

Janja, que esteve presente para prestar solidariedade à família da cantora, chegou de forma discreta ao local e permaneceu por um tempo no interior do Theatro, onde se encontrou com amigos próximos e figuras públicas que acompanhavam a cerimônia. Na saída, porém, o ambiente se transformou.

Ao optar por deixar o velório por uma saída lateral, a primeira-dama foi inicialmente saudada com aplausos por parte do público que aguardava do lado de fora. Pessoas a chamavam pelo nome, acenavam e demonstravam apoio. Por um breve instante, Janja retribuiu com um sorriso contido e um aceno discreto. No entanto, a tentativa de aproximação foi rapidamente interrompida por vaias que vieram de outro grupo presente na mesma área.

O tom hostil tomou conta do ambiente. As vaias cresceram em intensidade, e a primeira-dama, visivelmente constrangida, acelerou o passo até o carro oficial que a aguardava. Com semblante fechado, ela entrou no veículo sem se manifestar. O momento de tensão refletiu não apenas o ambiente político polarizado do país, mas também levantou questionamentos sobre os limites entre o espaço público, o luto e o respeito às figuras públicas.

Logo após a saída da primeira-dama, uma discussão acalorada se instalou entre os que a vaiaram e os que tentaram defendê-la. “Aqui é um velório, não um comício”, gritou uma senhora, visivelmente irritada com a reação do público. “Ela só veio aparecer!”, rebateu outra voz do meio da multidão. O bate-boca só cessou com a intervenção de guardas municipais, que pediram respeito ao momento de despedida.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, não compareceu ao velório, pois cumpria agenda oficial em São Paulo. Em nome do casal, foi enviada uma coroa de flores com uma mensagem poética e afetuosa: “Nasceu para voar, fez seu destino, tocou o céu e espalhou só o amor. O Brasil agradece e celebra a sua luz”. A homenagem emocionou muitos dos presentes e foi registrada ao lado de outras inúmeras manifestações de carinho e pesar.

Preta Gil faleceu no último domingo (20), nos Estados Unidos, onde realizava um tratamento experimental contra um câncer no intestino. A cantora, filha do ex-ministro da Cultura e ícone da MPB, Gilberto Gil, tinha 50 anos e uma trajetória marcada por autenticidade, ativismo, alegria e talento.

Durante a cerimônia no Theatro Municipal, familiares, amigos e artistas se revezaram nas homenagens. Nomes como Ivete Sangalo, Ludmilla, Caetano Veloso e outros colegas da música estiveram presentes, assim como personalidades da televisão, da política e da cultura brasileira.

A comoção gerada pela morte de Preta Gil teve dimensão nacional. Nas redes sociais, milhões de mensagens prestaram condolências à família e celebraram o legado da artista. A comoção pública também transformou o velório em um evento com forte carga simbólica, reunindo diferentes setores da sociedade para uma última despedida.

O incidente envolvendo Janja não apagou a homenagem feita à cantora, mas tornou-se um símbolo do clima de tensão política que permeia até os momentos de dor. Especialistas em comunicação pública destacam que o episódio evidencia o desafio de figuras políticas — e especialmente cônjuges de presidentes — em manter uma imagem institucional diante da polarização crescente.

Janja Lula da Silva, desde o início do governo Lula, assumiu papel de maior visibilidade do que primeiras-damas anteriores, participando de eventos oficiais, agendas internacionais e ações sociais. Com isso, tornou-se também alvo de críticas e controvérsias, como ficou evidente neste episódio no Rio de Janeiro.

O Brasil se despede de uma das suas vozes mais vibrantes, Preta Gil, cuja vida foi pautada pela música, pela luta por igualdade e pela autenticidade. Ao mesmo tempo, o país se vê novamente diante do reflexo de suas divisões, mesmo em momentos que deveriam ser de união e respeito.

A saída da primeira-dama sob vaias é apenas mais um capítulo da complexa relação entre política e sociedade no país — um retrato de como, mesmo no luto, a opinião pública se manifesta com intensidade.