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Após criticar visita de Lula ao SBT, Zezé Di Camargo recebe duro castigo, foi p… Ler mais

A decisão que movimentou os bastidores da cultura e da política no Sertão pernambucano ganhou destaque nacional e despertou a curiosidade do público logo nas primeiras horas desta semana. Após a divulgação de que o cantor Zezé Di Camargo se apresentaria na tradicional Festa de Reis de São José do Egito com recursos do governo federal, a Prefeitura do município anunciou o cancelamento do show. O episódio, que rapidamente se espalhou pelas redes sociais e portais de notícia, trouxe à tona debates sobre gestão pública, uso de recursos e o impacto de posicionamentos individuais no cenário cultural local.

O anúncio oficial foi feito na noite da segunda-feira (15) pelo prefeito Fredson Brito, menos de 24 horas após o artista romper publicamente com o SBT e se manifestar contra a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no evento de lançamento do canal SBT News. A proximidade temporal entre os fatos chamou a atenção e contribuiu para ampliar a repercussão do caso. Embora o prefeito não tenha citado diretamente o posicionamento do cantor, a decisão administrativa foi apresentada como uma medida de preservação da imagem e da tranquilidade do município.

Em nota divulgada pela Prefeitura, Fredson Brito foi enfático ao afirmar que não aceita que São José do Egito seja colocada “no centro de polêmicas decorrentes de questões individuais”. Segundo o gestor, independentemente da área de atuação ou notoriedade pública, nenhuma pessoa deve gerar situações que desviem o foco dos valores e da identidade da cidade. O comunicado ressalta que a administração municipal busca manter o município distante de especulações, rótulos ou narrativas que não representem o sentimento coletivo da população.

O texto oficial destaca ainda que a decisão de encerrar o contrato teve como objetivo exclusivo proteger a cidade e seus moradores. Para o prefeito, São José do Egito deve ser lembrada por sua história, pela força cultural e pelo engajamento do seu povo, e não por disputas ou interpretações externas. A mensagem reforça um discurso de respeito institucional e de valorização da cultura local, buscando mostrar que o cancelamento não foi motivado por censura, mas por uma escolha administrativa estratégica.

Zezé Di Camargo estava confirmado como uma das principais atrações da Festa de Reis, evento tradicional que movimenta a economia e o calendário cultural do município. A apresentação estava marcada para o dia 4 de janeiro de 2026, em praça pública, com cachê de R$ 500 mil. O pagamento seria realizado com recursos federais repassados ao município, o que também contribuiu para ampliar o debate sobre a aplicação de verbas públicas em eventos culturais de grande porte.

O contrato entre a Prefeitura e a produtora do artista foi firmado por meio de inexigibilidade de licitação, modalidade prevista em lei para contratações específicas, especialmente no setor artístico. O documento previa um show com duração mínima de uma hora e trinta minutos, com pagamento dividido em duas parcelas de R$ 250 mil. As despesas estavam previstas no orçamento da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Juventude para os exercícios de 2025 e 2026, utilizando diferentes fontes de recursos, incluindo verbas federais.

A repercussão ganhou ainda mais força após o cantor publicar um vídeo nas redes sociais, na madrugada da mesma segunda-feira, solicitando que o SBT não exibisse um especial de Natal gravado por ele. No pronunciamento, Zezé comentou sua insatisfação com os rumos da emissora após a participação de autoridades no lançamento do SBT News e citou mudanças editoriais ocorridas depois da morte de Silvio Santos, em 2024. O episódio evidencia como manifestações pessoais podem ultrapassar o ambiente artístico e gerar reflexos diretos em decisões públicas, especialmente quando envolvem recursos e eventos de grande visibilidade.