Ao saber da candidatura de Flávio, atitude de Boulos deixa todos em choque, ele sor… Ler mais

A cena política brasileira voltou a ganhar intensidade nesta semana após declarações do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, que afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem plenas condições de vencer o senador Flávio Bolsonaro na disputa pela Presidência da República em 2026. A fala, feita nesta sexta-feira (5), rapidamente repercutiu entre parlamentares, analistas e apoiadores dos dois grupos, reforçando o clima de antecipação em torno de uma eleição que promete ser uma das mais acirradas desde a redemocratização. A afirmação de Boulos também reacende debates sobre a reorganização da direita após a escolha de Flávio Bolsonaro como o nome indicado pelo pai para a próxima corrida presidencial.
Além de projetar um possível desempenho de Lula, Boulos ironizou o senador ao recordar o episódio em que Flávio passou mal durante um debate eleitoral para a Prefeitura do Rio de Janeiro em 2016. A provocação teve forte repercussão nas redes sociais, onde apoiadores de ambos os lados interpretaram o comentário como uma estratégia para testar a reação do grupo bolsonarista diante da nova configuração política. Em meio ao crescente interesse público, a disputa narrativa já começa a ganhar força, mostrando que a campanha de 2026 deve ultrapassar os limites partidários e atingir profundamente o imaginário dos eleitores.
Flávio Bolsonaro, por sua vez, passou a adotar um discurso de demonstração de confiança e comprometimento. Em suas redes sociais, afirmou que encara como “missão” a responsabilidade de dar continuidade ao projeto político da direita, reforçando que acredita estar preparado para liderar esse campo em nível nacional. Inspirada em referências religiosas e em valores conservadores, a mensagem foi interpretada por seus aliados como um gesto de afirmação e tentativa de consolidar sua imagem como sucessor natural do pai. O senador também destacou que acredita estar sendo guiado por princípios sólidos que, segundo ele, serão essenciais na trajetória até 2026.
Entretanto, a escolha de Jair Bolsonaro por Flávio não ocorreu sem resistência. Como revelou a CNN Brasil, a indicação gerou desconforto dentro da própria família e entre aliados históricos do ex-presidente, que veem na decisão um risco de divisão no eleitorado conservador. Uma parte significativa dos apoiadores da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro rejeita a ideia e acredita que ela teria maior apelo eleitoral, especialmente entre mulheres e grupos religiosos. Além disso, lideranças tradicionais do PL demonstraram preocupação com a capacidade de Flávio de unificar o partido em um cenário político tão desafiante.
A crise interna no clã Bolsonaro ganhou novos contornos após o diretório do PL no Ceará declarar apoio a uma possível candidatura de Ciro Gomes, do PSDB. A decisão surpreendeu o núcleo bolsonarista, acostumado a manter forte alinhamento partidário, e desencadeou reações imediatas. Apoiadores de Bolsonaro consideraram o gesto uma sinalização de instabilidade e de falta de coerência do diretório regional. O episódio provocou ruídos significativos, ao ponto de se tornar um dos assuntos mais comentados dentro do partido.
O descontentamento aumentou ainda mais quando Michelle Bolsonaro se manifestou publicamente contra o apoio a Ciro, criticando a direção partidária e demonstrando sua insatisfação. As declarações desencadearam uma resposta igualmente pública dos filhos de Jair Bolsonaro, que não concordaram com o posicionamento da ex-primeira-dama. A troca de farpas expôs uma divisão antes restrita aos bastidores e deixou evidente que o grupo enfrenta uma disputa interna que pode impactar diretamente o cenário eleitoral nos próximos anos.
Após dias de tensão, o PL realizou uma reunião emergencial na última terça-feira (2) para tentar reorganizar a situação. O partido decidiu suspender o apoio a Ciro Gomes, tentando conter o desgaste e evitar uma crise ainda maior no campo conservador. Ainda assim, o episódio deixou claro que não há consenso pleno dentro da legenda e que a indicação de Flávio Bolsonaro continua sendo um ponto sensível. Com a corrida de 2026 já influenciando os debates do presente, os próximos meses serão determinantes para medir até que ponto o grupo conseguirá recompor sua unidade e apresentar um projeto competitivo diante da candidatura de Lula.





