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Polícia Federal emite comunicado: Filho de Lula acaba de ser… Ler mais

A nova fase da operação Sem Desconto, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), trouxe novamente o caso ao centro do debate político e institucional em Brasília. Documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a primeira etapa da investigação, realizada em abril, passaram a ser analisados com mais atenção após a liberação de novos trechos do inquérito. Entre os materiais recolhidos, uma anotação específica chamou a atenção dos investigadores e reacendeu discussões sobre a extensão das relações entre empresários, lobistas e figuras próximas ao poder.

O registro em questão foi encontrado em uma agenda apreendida pela PF e faz referência direta a “Fábio (filho Lula)”. A anotação aparece ao lado de informações sobre credenciais de acesso a um camarote em um show realizado em Brasília. Embora o documento, por si só, não traga detalhes sobre o contexto do convite ou eventual participação no evento, a menção ao nome de Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, despertou interesse dos investigadores e passou a integrar o conjunto de elementos analisados no inquérito.

A Polícia Federal avalia que o documento precisa ser compreendido dentro de um quadro mais amplo de relações e contatos mantidos por investigados da operação Sem Desconto. A investigação apura um esquema que envolvia irregularidades no INSS, revelado na primeira fase da operação e que resultou na saída do então presidente do instituto, Alessandro Stefanutto. O caso ganhou repercussão nacional por envolver cifras elevadas, suspeitas de favorecimento indevido e articulações que atravessavam diferentes esferas do poder público.

Na decisão que autorizou a nova fase da operação, tomada pelo STF na quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, os ministros destacaram a necessidade de aprofundar a apuração sobre diálogos e vínculos entre os envolvidos. O despacho menciona uma conversa registrada em 29 de abril de 2025 entre Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e a empresária e lobista Roberta Luchsinger. O diálogo ocorreu apenas seis dias após a deflagração da operação que expôs o esquema e levou à demissão de Stefanutto.

De acordo com os autos, Roberta Luchsinger mantém uma relação de proximidade com Fábio Luís Lula da Silva, conhecido publicamente como Lulinha. Essa ligação pessoal é citada no contexto da investigação como um ponto que merece esclarecimentos adicionais, especialmente para compreender a natureza dos contatos e se houve, em algum momento, tentativa de uso de influência ou acesso privilegiado. Até o momento, não há acusação formal contra o filho do presidente, mas a citação do nome em documentos e decisões judiciais ampliou o interesse público sobre o caso.

Nos bastidores de Brasília, o avanço da operação é acompanhado com cautela por integrantes do governo e por lideranças políticas. A avaliação é de que o caso exige transparência e rigor técnico, sem conclusões precipitadas. Especialistas em direito e em investigação criminal ressaltam que menções em agendas ou diálogos não significam, necessariamente, envolvimento direto em irregularidades, mas podem indicar a necessidade de esclarecimentos para afastar dúvidas e evitar interpretações equivocadas.

À medida que a operação Sem Desconto avança, o foco das autoridades permanece na apuração dos fatos e na identificação de responsabilidades, respeitando o devido processo legal. O caso reforça o impacto político de investigações que alcançam pessoas próximas ao poder e evidencia como registros aparentemente simples podem ganhar relevância em contextos sensíveis. Para a opinião pública, resta acompanhar os desdobramentos e aguardar que as conclusões sejam apresentadas com base em provas concretas e decisões judiciais.