Notícias

Nesta tarde, Lula não recua para o Senado e acaba d… Ver mais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou, nos últimos dias, que não pretende alterar sua decisão de indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A postura firme ocorreu mesmo após uma série de movimentações no Senado que buscaram alertar o Planalto sobre possíveis dificuldades na aprovação do nome. A indicação de Messias, aguardada com expectativa desde que o governo abriu a discussão sobre o sucessor para a Corte, tornou-se um dos temas mais comentados nos bastidores políticos em Brasília, movimentando tanto aliados quanto opositores.

Ao longo da semana, parlamentares comunicaram emissários do governo sobre o clima pouco favorável à confirmação do advogado-geral da União. Segundo relatos de senadores, a leitura atual é de que Messias não teria, neste momento, os votos necessários para uma aprovação tranquila. Esse cenário tem sido interpretado como um reflexo direto do ambiente político mais tenso no Senado, onde recentes disputas internas e pressões externas têm contribuído para um processo de análise mais rigoroso das indicações enviadas pelo Executivo.

Um dos pontos que mais chamou a atenção de lideranças no Congresso foi o placar da recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Embora aprovado, o resultado foi considerado apertado para os padrões históricos da Casa. Gonet, que havia se tornado alvo frequente de críticas da direita após apresentar denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito relacionado aos eventos de 8 de janeiro, recebeu 45 votos favoráveis e 26 contrários. A votação, segundo parlamentares experientes, acendeu um alerta sobre a atual correlação de forças no Senado.

Esse placar, o mais disputado para um PGR desde a redemocratização, foi interpretado como um sinal claro de que o governo não pode esperar facilidade no caso de Messias. Senadores afirmam que, se a recondução de Gonet — figura que já ocupava o posto e que conta com relação institucional sólida — encontrou resistências tão expressivas, a indicação de um nome associado diretamente ao núcleo político do governo enfrentaria desafios ainda mais significativos. Para alguns parlamentares, o momento exige habilidade política redobrada do Planalto.

Apesar dos alertas, Lula tem demonstrado confiança na capacidade técnica e no perfil institucional de Jorge Messias. O presidente avalia que seu indicado reúne as credenciais necessárias para ocupar uma cadeira no STF e considera que recuar agora poderia ser interpretado como sinal de fraqueza. Assessores palacianos afirmam que Lula está disposto a conduzir pessoalmente parte das articulações com senadores, repetindo estratégias adotadas em outras votações importantes. O Planalto acredita que, quando o nome for oficialmente encaminhado, o clima tende a mudar.

Enquanto isso, no Senado, líderes partidários seguem avaliando o impacto político da indicação. Alguns afirmam que eventuais resistências estão mais ligadas à disputa por espaço e influência do que a objeções técnicas ao advogado-geral da União. Outros avaliam que a situação é consequência do crescente protagonismo da oposição, que tem mobilizado sua base para marcar posição em votações estratégicas. Ainda assim, parlamentares consideram que Messias pode conquistar apoios adicionais caso dialogue pessoalmente com senadores e apresente sua visão sobre temas sensíveis ao Legislativo.

Nos próximos dias, a expectativa é de que a articulação entre governo e Congresso se intensifique. A possível indicação de Messias ao STF coloca em movimento não apenas cálculos políticos, mas também debates mais amplos sobre o papel da Corte e os rumos institucionais do país. Enquanto Lula mantém firme sua escolha, o Senado se prepara para um novo capítulo de discussões que deverão movimentar o cenário político nacional. O desfecho, embora ainda incerto, promete ser acompanhado de perto por líderes partidários, analistas e pela sociedade, que observam atentamente os próximos passos na relação entre Executivo e Legislativo.