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Triste notícia sobre Bolsonaro é confirmada, acabou de ser p… Ler mais

O clima entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é de apreensão e resignação. Nos bastidores de Brasília, cresce a convicção de que o início do cumprimento de pena em regime fechado é inevitável. A avaliação, compartilhada por parlamentares e assessores próximos, é de que, ainda que a prisão ocorra, Bolsonaro não deverá permanecer muito tempo atrás das grades, numa possível repetição do que aconteceu com o ex-presidente Fernando Collor de Mello.

As conversas reservadas dentro do Partido Liberal indicam que a estratégia agora é minimizar danos políticos e preparar a base para um cenário de curto encarceramento, seguido de migração para regime domiciliar. A comparação com o caso de Collor, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em abril deste ano, é inevitável. O ex-presidente alagoano passou apenas uma semana em cela individual antes de conseguir autorização judicial para cumprir o restante da pena em casa, sob monitoramento.

Bolsonaro enfrenta um conjunto de processos que podem culminar em sua condenação definitiva. O cerco jurídico envolve investigações sobre ataques ao sistema eleitoral, uso indevido da máquina pública e posse irregular de joias e bens oficiais. Para seus aliados, o risco de prisão aumentou consideravelmente após as últimas decisões do STF e as delações que surgiram no âmbito da Operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal. Nos bastidores, admite-se que a possibilidade de reversão é pequena e que o foco agora deve ser na sobrevivência política do ex-presidente e de seu grupo.

A expectativa de uma estadia curta na prisão alimenta uma estratégia de discurso voltado para a vitimização política. Deputados e apoiadores mais próximos acreditam que Bolsonaro poderá usar o episódio para reacender o apoio popular, especialmente entre os eleitores mais fiéis que o veem como alvo de perseguição judicial. Esse argumento já começa a ser reforçado nas redes sociais e em grupos de comunicação interna do partido. “Ele não será o primeiro e nem o último a ser injustiçado pela elite do poder”, afirmou um aliado de longa data, em condição de anonimato.

Enquanto isso, figuras do centrão e antigos aliados demonstram cautela. Embora evitem declarações públicas, muitos veem a situação de Bolsonaro como um ponto de inflexão para a direita brasileira. Há preocupação sobre como o PL e seus candidatos serão afetados nas eleições municipais e, posteriormente, na disputa presidencial de 2026. Analistas políticos avaliam que, mesmo com eventual prisão, Bolsonaro continuará sendo uma figura central no tabuleiro eleitoral, capaz de transferir votos e influenciar decisões dentro do campo conservador.

Nos bastidores do STF, a tendência é de endurecimento com figuras políticas condenadas, mas sem transformar o caso Bolsonaro em espetáculo midiático. Fontes ligadas ao tribunal afirmam que há um cuidado para que o processo siga dentro da legalidade e evite contornos de perseguição. A avaliação entre ministros é que qualquer movimento fora da técnica jurídica poderia gerar instabilidade institucional. Mesmo assim, as pressões são grandes — tanto de setores que pedem punição exemplar quanto daqueles que defendem uma saída negociada, com rápida conversão para prisão domiciliar.

Entre aliados e adversários, a certeza é uma só: o desfecho desse processo pode redefinir o rumo da política nacional. Caso seja confirmada a prisão, Bolsonaro entrará para a história como o segundo ex-presidente brasileiro a cumprir pena em regime fechado, após Collor. A diferença, porém, estará no impacto político e social que essa medida poderá gerar em um país ainda polarizado. Para uns, será o símbolo de que ninguém está acima da lei; para outros, a prova de que o sistema de justiça brasileiro ainda é movido por interesses e disputas ideológicas. Seja qual for o desfecho, uma coisa é certa — o Brasil acompanhará cada passo dessa história com os olhos voltados para o que poderá ser um dos capítulos mais marcantes da política recente.