Tornado invade o Paraná, já são mais de 430 vitimas, entre elas estava os queridos… Ler mais

Na tarde desta sexta-feira (7), o céu de Rio Bonito do Iguaçu, no interior do Paraná, se transformou em um cenário de horror. Um tornado de grandes proporções atingiu a cidade por volta das 16h, deixando um rastro de destruição que chocou moradores e autoridades. Em poucos minutos, o fenômeno natural derrubou casas, arrancou árvores, destruiu comércios e interrompeu o fornecimento de energia elétrica em boa parte da região. Segundo a Defesa Civil do Estado, pelo menos cinco pessoas morreram e outras 432 ficaram feridas. A tragédia colocou o município em estado de calamidade pública.
Os ventos, que ultrapassaram 200 km/h, foram descritos por moradores como “um rugido ensurdecedor” que durou menos de dez minutos, mas foi suficiente para mudar completamente a paisagem da cidade. “Era como se o céu tivesse desabado sobre nós”, relatou a agricultora Maria dos Santos, que perdeu a casa e viu o celeiro onde guardava a colheita ser arrastado a dezenas de metros de distância. Ruas inteiras foram tomadas por escombros, e o cenário que se formou após a passagem do tornado é comparado ao de uma zona de guerra.
Equipes de resgate, bombeiros e voluntários de cidades vizinhas trabalham sem descanso desde o momento em que o fenômeno passou. O Corpo de Bombeiros informou que ainda há desaparecidos, e as buscas continuam entre os destroços. Helicópteros foram enviados para auxiliar no transporte de feridos graves para hospitais de Laranjeiras do Sul e Guarapuava. Em meio ao caos, gestos de solidariedade começaram a surgir: igrejas abriram as portas para abrigar famílias desabrigadas, enquanto escolas e ginásios se transformaram em centros de acolhimento temporário.
A Defesa Civil do Paraná montou uma força-tarefa para atender a população. Caminhões com doações de alimentos, água e cobertores estão a caminho da cidade, e equipes técnicas avaliam os danos estruturais. O governador do Estado deve visitar a região nas próximas horas e já anunciou a liberação de recursos emergenciais. Em nota oficial, o governo lamentou as mortes e destacou que “todas as medidas possíveis estão sendo tomadas para garantir assistência rápida e integral às famílias afetadas”.
Meteorologistas afirmam que o tornado foi resultado da combinação de uma frente fria intensa com o calor e a umidade típicos da primavera. O fenômeno é raro no Brasil, mas vem ocorrendo com mais frequência nos últimos anos, especialmente na região Sul. Especialistas alertam que o aumento de eventos climáticos extremos está diretamente ligado às mudanças climáticas globais, e que cidades pequenas e rurais, como Rio Bonito do Iguaçu, são particularmente vulneráveis por conta da infraestrutura limitada e da falta de sistemas de alerta antecipado.
Nas redes sociais, vídeos e fotos da tragédia se espalharam rapidamente, mostrando o poder devastador dos ventos. Imagens aéreas revelam quarteirões inteiros destruídos e veículos retorcidos, enquanto moradores, em choque, buscam entre os destroços qualquer sinal de esperança. “Perdemos tudo, mas estamos vivos, e isso é o que importa”, disse um comerciante local em entrevista à rádio comunitária. A comoção tomou conta da internet, e campanhas de doação já mobilizam pessoas de todo o país. Hashtags como #ForçaRioBonito e #SolidariedadeParaná lideram os assuntos mais comentados no X (antigo Twitter).
A tragédia em Rio Bonito do Iguaçu reacende o debate sobre a necessidade de políticas públicas voltadas à prevenção de desastres naturais e ao fortalecimento da infraestrutura das cidades do interior. Enquanto o luto toma conta da população, a reconstrução da cidade se torna um desafio coletivo — não apenas para os moradores, mas para todo o estado. Entre o medo e a esperança, o povo paranaense mostra, mais uma vez, sua força diante da adversidade. O que resta agora é unir esforços para que vidas possam ser reerguidas junto às casas, e que o nome de Rio Bonito do Iguaçu volte a ser sinônimo de paz — e não de destruição.