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FIM DOS TEMPOS: Mãe M4T4 5 filhos envenen@d0 só porque eles não queriam… Ver mais

Uma prisão que chocou Portugal e Brasil foi registrada na última terça-feira (5), em Coimbra. A brasileira Gisele Oliveira, 40 anos, acusada de matar cinco filhos ao longo de 15 anos por envenenamento, foi localizada e detida pela Polícia Judiciária portuguesa. A operação contou com coordenação internacional, envolvendo a Europol e a Interpol, após a emissão de um mandado de captura internacional. Desde o início de 2024, Gisele era considerada foragida da Justiça brasileira, que investiga um dos mais perturbadores casos de violência familiar da última década.

Segundo informações divulgadas pelo jornal Correio da Manhã, Gisele vivia em Portugal desde maio, acompanhada de um companheiro, também brasileiro, que trabalhava na construção civil. Discreta e evitando exposição, ela teria adotado uma rotina aparentemente comum, buscando se misturar entre os moradores locais. O comportamento reservado, no entanto, não foi suficiente para despistar as autoridades, que vinham monitorando movimentações suspeitas na região.

A detenção não ocorreu de forma pacífica. Fontes próximas à investigação relataram que Gisele resistiu à prisão no momento em que os agentes bateram à porta do apartamento onde morava. Após ser contida, foi conduzida sob forte escolta para as dependências da Polícia Judiciária, onde aguardou até ser levada nesta quarta-feira (6) ao Tribunal da Relação de Coimbra. O juiz responsável pelo caso definirá as medidas de coação enquanto tramita o processo de extradição para o Brasil. Se condenada no país natal, ela poderá enfrentar uma pena acumulada que chega a 154 anos de prisão.

Os crimes atribuídos a Gisele revelam uma sequência de mortes que, por anos, foram tratadas como fatalidades. De acordo com a Interpol, ela teria administrado doses elevadas de sedativos a cinco de seus filhos, entre 2008 e 2023, causando problemas de saúde que levaram à morte das crianças. As investigações apontam que os assassinatos ocorreram no estado de Minas Gerais, quase sempre à noite, dentro da própria casa da acusada. Dois dos filhos teriam morrido em 2010, outros dois em 2019 e, por fim, o caso mais recente ocorreu em 2023.

A reabertura e conexão dos casos só foi possível graças a novos exames toxicológicos e à comparação de padrões nos prontuários médicos. As autoridades brasileiras identificaram que todos os filhos apresentavam sintomas semelhantes antes do óbito, como sonolência extrema, dificuldades respiratórias e falência múltipla de órgãos. A partir dessas evidências, a Polícia Civil de Minas Gerais reuniu material suficiente para solicitar a prisão preventiva e acionar os mecanismos internacionais de busca.

A prisão em Coimbra encerra um capítulo de fuga que durou cerca de oito meses, mas abre outro, talvez mais complexo: a tramitação da extradição. O Brasil e Portugal mantêm acordo bilateral que facilita o procedimento, mas a defesa de Gisele deve recorrer, alegando que sua cliente teme por sua vida caso seja devolvida ao país de origem. Fontes jurídicas, contudo, avaliam que as chances de impedir a extradição são mínimas, dado o grau de gravidade dos crimes e o peso das provas apresentadas.

O caso provoca indignação e perplexidade tanto no Brasil quanto em Portugal. Especialistas em criminologia ressaltam que a investigação servirá de estudo sobre como crimes praticados ao longo de tantos anos puderam permanecer ocultos, apesar de sinais médicos que poderiam ter despertado suspeitas mais cedo. Enquanto isso, familiares e vizinhos das vítimas no Brasil aguardam o retorno da acusada para que ela seja julgada e, se considerada culpada, cumpra a pena prevista em lei. A prisão de Gisele Oliveira não encerra a dor das perdas, mas representa um passo decisivo para que a Justiça finalmente alcance um dos casos mais sombrios da crônica policial recente.