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FALTA DE RESPEITO: Olha só o que a Fafá de Belém disse sobre Bolsonaro, esse v… Ver mais

A cantora Fafá de Belém roubou a cena em um show recente em sua terra natal, Belém do Pará — e não foi apenas por sua voz inconfundível. Durante uma apresentação lotada, a artista fez piada com a mais recente reviravolta na trajetória do ex-presidente Jair Bolsonaro: a instalação de uma tornozeleira eletrônica, medida determinada pela Justiça Federal na sexta-feira (18/7), como parte das investigações que envolvem a suposta tentativa de golpe de Estado.

Com seu já conhecido bom humor e presença de palco, Fafá alterou a letra de sua icônica canção Vermelho para incluir um comentário ácido e certeiro sobre o momento político. “O velho comunista se aliançou ao rubro do rubor do meu amor. Olha a tornozeleira aí, gente!”, brincou a cantora, arrancando gargalhadas da plateia e dando sua emblemática risada logo em seguida.

A reação foi imediata: aplausos calorosos, gritos de aprovação e uma explosão de comentários nas redes sociais, onde o trecho do show viralizou rapidamente. Uma pessoa do público, empolgada com o momento, chegou a gritar “vai pra cadeia!”, traduzindo o sentimento de parte dos brasileiros diante das investigações que cercam o ex-presidente.

O vídeo que virou símbolo

O trecho em que Fafá faz a piada foi compartilhado no X (antigo Twitter) e, em poucas horas, acumulava milhares de visualizações, curtidas e comentários. A irreverência da cantora não apenas divertiu o público como também refletiu a tensão política do país em tom bem-humorado.

“Resumiu o espírito do povo brasileiro frente ao caos institucional. E nos deu mais um GIF eterno pro repertório de reações”, comentou uma internauta. Outro usuário classificou o momento como “histórico”: “Ícone memorável! Só Fafá para rir de uma tragédia com tanto estilo”. Entre os comentários, também houve quem destacasse o engajamento político da cantora: “Apesar de mega católica, Fafá tem uma consciência política admirável. Ela nunca decepciona!”.

A cena, ao mesmo tempo cômica e simbólica, traduz um momento delicado da política brasileira — onde o humor se tornou, mais uma vez, uma ferramenta de crítica e resistência.

Entre o escárnio e a indignação

A medida judicial que impôs a tornozeleira a Bolsonaro causou enorme repercussão no cenário político nacional. Investigado por suposta tentativa de subversão institucional e envolvimento em tramas golpistas, o ex-presidente é alvo de múltiplos inquéritos, o que acirra os ânimos entre apoiadores e críticos.

Para muitos, o uso da tornozeleira eletrônica é visto como um marco inédito e emblemático: um ex-chefe de Estado sendo monitorado pela Justiça, em pleno exercício da democracia. Para outros, trata-se de uma perseguição política — argumento amplamente explorado por seus defensores nas redes sociais.

Nesse contexto polarizado, a piada de Fafá de Belém surge como um alívio cômico que, ao mesmo tempo, reforça a importância de figuras públicas que se posicionam com coragem e bom senso. Não se trata apenas de uma piada. É uma leitura artística e crítica do Brasil de hoje, feita por alguém que conhece profundamente as dores e alegrias de seu povo.

A artista e o ativismo

Fafá de Belém nunca foi alheia à política. Ao longo de sua carreira, posicionou-se em diferentes momentos históricos, especialmente durante a redemocratização do país. Embora tenha uma formação religiosa sólida, sempre defendeu pautas progressistas e democráticas, equilibrando fé e consciência social.

A cantora já havia se manifestado anteriormente contra retrocessos democráticos e autoritarismos. Em entrevistas, defendeu o direito de expressão e a pluralidade de vozes no debate público. A ironia com Bolsonaro, portanto, não é um desvio de conduta, mas uma continuação de sua postura crítica e engajada.

Humor como resistência

Em um país onde a política frequentemente se mistura ao espetáculo, o humor continua sendo uma das formas mais potentes de resistência. O riso, longe de ser superficial, revela feridas profundas e aponta contradições que, por vezes, discursos sérios não conseguem tocar.

O episódio protagonizado por Fafá de Belém mostra que, em meio ao cansaço e às incertezas, ainda é possível rir — e, com isso, refletir. A tornozeleira, que deveria simbolizar a contenção de um líder político, tornou-se também símbolo da ironia popular que não se cala.

No fim das contas, é o Brasil que canta com Fafá: entre o vermelho da paixão e o peso das algemas, segue vibrante, crítico e criativo.